Salvo-conduto
Estavas linda no caixão deitada
como quem dorme em paz, serenamente,
em paz com Deus, em paz com toda a gente,
com a expressão de quem não teme nada!
Entre os dedos da mão tinhas um terço
e na palma da mesma, bem fechada,
uma Nossa Senhora trabalhada
por um dos filhos que embalei no berço.
Aberta num pedaço de marfim,
foi obra do mais novo, o benjamim,
como salvo-conduto para o céu.
Ao ver na tua mão a sua imagem,
logo a Virgem Maria resolveu
levar-te pela sua… na viagem!
João de Castro Nunes
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