Lado a lado
Um dia no Penedo da Saudade,
António Nobre, meu irmão na dor,
vamos estar os dois em paridade
nas mágoas que se sofrem por amor.
Mas não será total essa igualdade
por minha angústia ser superior:
tu careceste de felicidade,
mas eu perdi a minha, o que é pior.
Tu viveste a sonhar com a “Purinha”
que te inspirou durante a vida toda
sem se concretizar a vossa boda.
Eu, por obra da tua poesia,
acabei por casar com a “Rucinha”,
nunca pensando que ela morreria!
João de Castro Nunes
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