“Por que
razão era então?”
Que grande profusão de
teorias
na tua mente vai, caro Pessoa:
tudo em teus versos são filosofias
em que tua razão se agita e voa!
Ninguém melhor que tu para fundir
coisas que em si carecem de sentido,
morrendo, a bem dizer, por exprimir
conceitos sem carácter definido.
Tu tantas voltas dás aos pensamentos
que acabas por torná-los nevoentos,
sem te entender nenhuma criatura.
Talvez sob o efeito da aguardente,
tudo afinal se venha, em tua mente,
a traduzir em genial… mistura!
João de Castro Nunes
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