sexta-feira, 4 de maio de 2012


                         Que mal foi este, Amor!


                  Que mal foi este, Amor, que me fizeste
que a paz se me acabou de todo em vez
e em névoa o coração se me desfez,
já nada havendo que me não moleste!


Não mais tive alegria na existência,
prazer em coisa alguma, algum contento,
tudo o vento levando num momento
sob a sua penosa turbulência!


Bonança, placidez e quietude
perdi por causa tua, sem remédio,
Amor, ao mesmo tempo doce e rude!


Que mal foi este, Amor, que me causaste
e a alma entorpecida pelo tédio
em deleitosa dor ma atormentaste!


          João de Castro Nunes
                                      

1 comentário:

  1. Cláudia S. Tomazi5 de maio de 2012 às 05:13

    Fizera-te sólida a tempestade por consentir,
    vagando tropéus de anseiedade, humana esperança!
    De teus gestos, curas a alma dos homens!
    Coubera dos sentidos e por todos, vos alcança.

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