Não ma
deixem ver!
Quando ela, a morte, ao pé de
mim chegar,
tapem-me os olhos, não ma deixem ver,
não quero ver seu rosto, que há-de ter
uma qualquer feição… patibular!
Prefiro imaginar que ela possui
uma cara agradável, um aspecto
muito civilizado e circunspecto,
como aliás em toda a vida eu fui!
Sem sua vista me causar alarme,
deixem-me só sentir roçar por mim
o seu macio manto de cetim!
Cheirando a rosas, hei-de até supor
ser a minha mulher que vem buscar-me
a fim de reatarmos… nosso amor!
João de Castro Nunes
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