quarta-feira, 2 de maio de 2012


                           Punhos de renda


                  Eu gosto do soneto aristocrático,
                   de finas mãos e luvas de pelica,
                   punhos de renda e de casaca rica,
                   de borla e de capelo, à catedrático.


                   Detesto-os quando pobres de roupagem,
                   sem métrica perfeita, descuidados,
                   mal feitos, contorcidos e forçados,
                   pelintras  no que toca à linguagem.


                   Tomando por modelo os de Camões
                   ou de Petrarca, muito semelhantes,
                   eu gosto do soneto… sem senões.


                   Deus me conceda a graça de escrever
                   os clássicos sonetos como dantes
                   os houve e novamente pode haver!


                             João de Castro Nunes

1 comentário:

  1. Cláudia S. Tomazi7 de maio de 2012 às 12:21

    E o que Deus ao homem conceda, é vista história
    e que na cantoria como a um rastro prossiga
    quando de tantas honras foram as cantigas
    que o Poeta a juízo traga-as na memória.

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