domingo, 22 de janeiro de 2012

Sonata a horas mortas

Gemem tristes na noite os violinos
e simultaneamente aos meus ouvidos
suaves chegam lentos, sibilinos,
acordes de piano em sustenidos.
Choram violoncelos noite fora
em música de câmara orquestrada,
dolentemente, até à luz da aurora,
só se calando com a madrugada.

Vibram as liras com um som plangente
nas mãos de Orfeu as feras amansando
e as pedras dos caminhos comovendo.

Soam dentro de mim, na minha mente,
nostálgicas sonatas… desde quando
me estou a preparar para ir morrendo!

João de Castro Nunes

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