Quando procuro acaso vislumbrar
tuas feições, teu porte, o teu retrato,
não te consigo nunca imaginar
vestido de chapéu, lacinho e fato.
Tristonho, acabrunhado, reduzido
à condição de mero escriturário,
não te concebo inscrito num partido
ou candidato a um posto de bancário.
Em ti encarno, em termos de figura,
o Portugal do sonho e da aventura
com uma mão na pena outra na espada.
Vejo-te altivo, mesmo na desgraça,
brindando à vida pela mesma taça
por deuses e por ninfas empunhada!
João de Castro Nunes
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