Sinto correr nas veias sangue rubro
de heróis tombados de bandeira em punho,
de cujo ardor a história é testemunho
e ante cujos feitos me descubro!
Inveja tenho, digo com franqueza,
da sua glória obtida nas batalhas,
das suas arrancadas em beleza
sob a chuva imparável das metralhas.
Esse não foi, por certo, o meu destino,
condenado a viver na pasmaceira
de uma vida sem gosto nem craveira.
Mas guardo em mim, no sangue que circula
em minhas veias, rubro e genuíno,
esse ar de altura que ninguém macula!
João de Castro Nunes
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