Soneto nº 1980
Gosto de ouvir meus versos propalados
em feminina boca brasileira
com ligeiro sabor a rebuçados
de mel, canela e cana açucareira.
Ganham não sei que espécie de ternura
que longe estão de ter em português,
uma suave e musical doçura
a par de uma inefável liquidez.
Imagino-me às vezes à viola
cantado por Betânia em sua voz
que às multidões parece que se cola.
Ninguém melhor, porém, que Elis Regina,
se viva fosse, para os ler a sós
naquela sua voz… quase divina!
João de Castro Nunes
Para escrever a ternura, tem de ser terno, o poeta!
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