Válvula de escape
Quando me aperta a dor o coração
que ameaça parar subitamente,
não vejo mais nenhuma solução
que no papel…aliviar a mente.
Com lágrimas de fel e de emoção
dá-me para escrever, como quem sente
necessidade de apertar a mão
a qualquer oportuno confidente.
É no papel silencioso e mudo
que lanço as minhas mágoas de saudade
quando o padecimento é mais agudo.
Se não fosse poder descarregar
sobre o papel a minha ansiedade,
já teria morrido, se calhar!
João de Castro Nunes
Suspiro, poeta. Um sentir que conheço tão bem. Em tempos, fora o papel de escrever o meu maior confidente. Um dia calei-me. E o dia prolongou-se, demasiado. Está proibido de o fazer poeta! Nunca deve parar. Que os seus sonetos jorrem ao ritmo do bater do seu coração.
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