Amor sem prazo
Amo-te, amor, como se nunca houveras
de morrer para mim: como se acaso
fosses eterna e não tivessem prazo
para acabar as nossas primaveras!
Amo-te, amor, como se nunca o inverno
depositasse neve em teu cabelo,
nada sendo capaz de embranquecê-lo
por uma espécie de milagre interno!
Amo-te, amor, à margem da estação
em que estivermos, seja ela qual for,
desde o outono… ao cálido verão!
Amo-te, amor, durante o ano inteiro
invariavelmente… renovado,
como se fosse o último o primeiro!
João de Castro Nunes