Soneto nº 1.750
Paradigmas camoneanos
De amores tu, Camões, nunca morreste,
nunca a chama sentiste que ele ateia
a não ser nos poemas que escreveste
e que hoje ainda a crítica alardeia!
Que a tua vida fosse uma epopeia
desguarnecida do favor celeste
não me custa aceitar, pois faço ideia
das trapalhadas em que te meteste.
No mais, Camões, naquilo que respeita
ao puro amor de que fizeste alarde,
eu tenho a mais legítima suspeita.
Estava tudo… na literatura
desde os poetas gregos e mais tarde
Petrarca… de ecuménica leitura!
João de Castro Nunes