Trocar de lira
Para Regina Coeli
Ao velho amor decrépito e senil
que em todos os poetas achou graça
eu quero levantar a minha taça
em novo canto fresco e juvenil!
A sete pés de fundo sepultemos
essa forma de amar ultrapassada
que aos tempos actuais já não diz nada
e noutras odisseias embarquemos!
Seja o amor uma constante aurora
iluminada por um sol ardente,
as liras ancestrais deitando fora!
Amemos de outra forma, ao nosso jeito,
em sintonia com a nossa mente
aberta a um mundo que nos diz respeito!
João de Castro Nunes
Um soneto a atravessar o Atlântico, poeta.
ResponderEliminarOutrora quando se amava
ResponderEliminarnem sempre estava presente
o puro amor que nos lava
de qualquer falta inerente!
Caríssimo poeta João de Castro Nunes,
ResponderEliminarNão me parece que a lira
tenhamos nós de trocar;
e que aos sons antigos fira
o novo de um dedilhar.
Ontem e hoje são canções
a embalar os nossos dias,
se inundados os corações
das mais belas sinfonias.
Amar pura e simplesmente
num tempo sem amanhã
como a flor que, já contente,
nem dorme ansiando a manhã.
O Amor sobrepõe-se a tudo,
nele mora todo o amar
num terno silêncio mudo
que nos permite o escutar.
Agradecido e fraterno abraço, desculpando-me pela inevitável
invasão das minhas palavrinhas.
Regina Coeli/Rio de Janeiro/RJ, Brasil