A par do conventinho
Enquanto eu vivo for, todos os dias,
na igreja do convento franciscano
será rezada missa todo o ano
por alma tua, como tu querias.
Ao pé do cemitério onde descansas
e onde eu espero repousar também,
o
conventinho está, donde provém
um místico arrulhar de pombas mansas.
Lá professou Fernando de Bulhões,
o nosso Santo António de Lisboa,
mas que primeiro foi dos Olivais.
Vê lá tu, meu amor, que coisa boa
vai ser os dois ficarmos em covais
juntinhos escutando os seus sermões!
João de Castro Nunes
Neste momento, estou a ouvir Parsifal do Mestre Wagner. Prelude to Act I. Inspirador.
ResponderEliminarA seguir, Tristan und Isolde. Pungente.
No fim, Götterdämmerung - Immolation of the Gods. Libertador.
Vai um soneto, JC?
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarNão é tarde nem é cedo, F.W., ao meu jeito, em forma de tríptico:
ResponderEliminarSanto Graal
(Tríptico)
I
Seja o que for que por detrás se esconda
desta expressão acaso milenária,
em termos de importância literária
não fica atrás da saga da Gioconda.
Que seja ou não o cálice sagrado
à guarda de José de Arimateia
depois de Cristo o usar na última ceia,
no fundo é um conceito figurado.
Sob este aspecto o Graal na sua essência
é pura e simplesmente a convergência
dos ideais…de cada criatura.
Não tem forma nem cor, peso ou tamanho,
não é de cobre ou ouro nem de estanho,
pois mais não é que aspiração de altura!
II
ResponderEliminarTem cada qual um ideal na vida
e tudo faz para o concretizar,
nem sempre se encontrando uma saída
para o que pretendemos alcançar.
É caso para a gente recordar
o frenesim da mística corrida
dos paladins de outrora para achar
a sagrada relíquia pretendida.
Tratava-se da taça utilizada
na sua última ceia por Jesus
e desde a altura nunca mais achada.
Apesar de tão puros como a luz,
nenhum dos cavaleiros a encontrou,
pois foi a mim que Deus a destinou!
III
ResponderEliminarTive obsessivamente um ideal
desde menino e moço: haver à mão
a demandada taça da Paixão
sob o lendário nome do Graal.
Imaginei-me às vezes Parsifal
e outras Lancelote em comunhão
com os seus ideais de perfeição
ao serviço da luta contra o mal.
Armado cavaleiro à moda antiga,
acompanhei o próprio rei Artur,
que me sagrou com sua Excalibur.
Só eu, porém, tive a oportunidade
de o encontrar… na tua intimidade,
graças a Deus, amor, que te bendiga!
João de Castro Nunes
Sabei-me dilcta companhia.
ResponderEliminarMestre, não há como não me vergar
ResponderEliminarA tamanho talento e lebre rapidez!
Contudo, sou capaz de o ultrapassar
Só um dos meus vale, dos seus, três!
Verdi Mestre, Verdi. Messa da Requiem.
Domine Jesu Christe.
Nada me dava mais gosto
ResponderEliminarque vê-la passar-me à frente:
eu de muito boa-mente
lhe cederia o meu posto!
JCN
Prefiro a música eslava,
ResponderEliminarmuito mais sentimental:
era aquela que eu gostava
de ouvir em meu funeral!
JCN