Acto de
contrição
Despeço-me da vida sem remorsos
pois que apesar de quanto tenha feito
fora da lei, não me poupei a esforços
para em certa medida ser perfeito.
O meu país amei como devia,
servindo-o, como pude, no estrangeiro,
levando longe, em minha poesia,
o seu forte pendor aventureiro.
Amei minha mulher como talvez
ninguém tivesse feito alguma vez
em toda a longa história da nação.
Pelas faltas que tenha cometido
ou por melhor fazer não ter sabido,
contritamente a Deus peço perdão!
João de Castro Nunes
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