Ouvir das boas!
Quando chegar a minha vez, Senhor!
de me ir embora, a vez do meu traspasse,
espero não sentir nenhum temor
de me encontrar contigo face a face.
Já nessa altura tu terás ouvido
o que minha mulher tinha a dizer-te
por todo o mal que tu tens permitido
por inacção, permanecendo inerte.
Já não terás qualquer ressentimento,
talvez sintas até no coração
razões tão-só de reconhecimento…
Por manifesta falta de atenção
da tua parte pela nossa sorte,
que hei-de temer de ti… depois da morte?
João de
Castro Nunes
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