“Alma minha gentil”
Camões
cantou, sem nomear alguém,
a
alma gentil, a criatura amada,
que
Deus, antes do tempo, houve por bem
chamar
à sua angélica morada.
Quem
fosse a alma gentil do grande vate
só
ele com verdade o saberia,
podendo
acontecer que até se trate
de
literária e pura fantasia.
Como
é diverso o caso que me afecta,
só
que não tenho o estro do Poeta
para
cantar quem tanto me encantou!
A
minha alma gentil… foi por sinal
em
todos os sentidos tão real
que
oito filhos de herança me deixou.
João
de Castro Nunes
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