Águas passadas
a par de causas de contentamento
e, se estas me não saem do pensamento,
aquelas são tão-só passadas águas.
Abriram-me no peito fundas chagas
talvez por falta de discernimento,
se bem que não guardei ressentimento
a quem me possa ter rogado pragas.
De qualquer modo, àqueles que me deram
motivos de invulgar satisfação
ergui-lhes um altar no coração.
Diariamente, a quantos me ofenderam
não deixo, mesmo assim, de os envolver
nas minhas rezas… sem lhes malquerer!
João de Castro Nunes
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