A recompensa
Senhora dona morte, amiga minha,
duando a hora chegar, inadiável,
de com a guilhotina afiadinha
a vida me tirares, é provável
que já me encontres confessado e tudo
para te acompanhar ante o juiz
que vai julgar-me sem qualquer escudo
para me inocentar de quanto fiz.
Não tenho medo algum, fica sabendo
de te encarar de frente ou de soslaio
por mais que teu aspecto seja horrendo.
Em todo o caso, guardo na carteira
uma nota de mil para, certeira,
agires mais depressa do que um raio!
João de Castro Nunes
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