A desforra
que pagamos impostos sem bufar,
ou seja, sem poder erguer a voz
e contra esta pandilha protestar!
A albarda carregamos sem remédio,
seja qual for o dono do poder:
uma desgraça a nossa vida, um tédio,
uma total ausência de prazer!
Querem que eu seja estúpido, iletrado,
de todos e por tudo apanho e levo
somente por dizer o que não devo.
Este é o zé-povinho, sempre aflito,
besta de carga, cujo desagrado
apenas se traduz pelo… manguito!
João de Castro Nunes
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