sábado, 21 de janeiro de 2012

Inalterável

Há-de ofuscar-se o ouro dos altares
das antigas igrejas portuguesas
e apagar-se nas capitulares
dos livros-de-horas dados às princesas;

há-de esvair-se em todos os solares
o ouro das baixelas sobre as mesas
e, bem assim, o ouro dos colares
que dão realce ao busto das duquesas;

há-de o ouro extinguir-se com os anos
nas coroas reais dos soberanos,
cetros, anéis, brasões e diademas;

só o ouro sem par dos teus cabelos,
que por motivo algum posso esquecê-los,
eterno viverá… nos meus poemas!

João e Castro Nunes

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