Felizão
Tu nunca, meu amor, hás-de morrer,
porque nos meus poemas a respeito
do teu modo de ser quase perfeito
continuarás sem dúvida a viver.
Tu andarás nos livros das crianças,
nos lenços regionais das namoradas,
nos manuais das noivas e casadas
e no bragall das que andam de esperanças.
Incrédulos, porém, muitos leitores,
achando por demais tantos louvores,
dirão… não existir mulher assim!
Não sei até que ponto têm razão
pois para tudo há sempre uma excepção
que, neste caso, me tocou a mim!
João de Castro Nunes
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