Amor à
vista!
(Ode camoniana)
Se amor é fogo que arde sem se ver,
como se fosse lâmpada apagada,
por outro lado há que reconhecer
que assim não pensa a criatura amada.
Esta o denota nas feições do rosto
e no jeito de olhar de quem no peito
a labareda sente a contragosto
por ao seu fogo oculto estar sujeito.
Mesmo que ao próprio esteja confinado,
o amor é um sentimento que não pode
ante a pessoa amada… ser negado.
Por todas as maneiras ele acode
à fisionomia exterior
de quem lhe sofre o propalado ardor!
João de Castro Nunes
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