Desencanto!
(Ode camoneana)
Que mal te defenderam, meu Camões,
figura excelsa do Renascimento,
vincando o teu feitio violento
mais dado à tabulagem que aos salões!
Não foste no teu génio enaltecido
acima das humanas contingências,
que de pecaminosas ocorrências
ninguém seguro está nem protegido!
A ti que foste, nas questões do amor,
o mais sublime e singular cantor,
puseram-te a viver com meretrizes!
Salvando o teu “Lusíadas” a nado,
ficar-se pelo termo de “molhado”
foi das alegações… mais infelizes!
João
de Castro Nunes
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