(Ode torguiana)
Não pertences aqui: tu és Marão,
o grande mar telúrico do Douro,
imponente, agressivo como um touro
arremetendo contra a solidão.
Depois foste Alentejo, esse outro mar
de baixa ondulação que te inspirou
e a mente para longe te arrastou
em sonhos de outros reinos por achar.
A Beira para ti nunca existiu
senão como o lugar onde ganhaste
o necessário pão que te nutriu.
As montanhas do centro, onde caçaste,
o Colcurinho, a Estrela ou a Gardunha,
contigo nunca foram carne e unha!
João de Castro Nunes
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