domingo, 22 de janeiro de 2012

Raízes e matrizes

(Ode torguiana)

Não pertences aqui: tu és Marão,
o grande mar telúrico do Douro,
imponente, agressivo como um touro
arremetendo contra a solidão.

Depois foste Alentejo, esse outro mar
de baixa ondulação que te inspirou
e a mente para longe te arrastou
em sonhos de outros reinos por achar.

A Beira para ti nunca existiu
senão como o lugar onde ganhaste
o necessário pão que te nutriu.

As montanhas do centro, onde caçaste,
o Colcurinho, a Estrela ou a Gardunha,
contigo nunca foram carne e unha!

João de Castro Nunes

Sem comentários:

Enviar um comentário