Connosco vive a dor em paridade
com o prazer, em quartos separados,
mas de tal ordem juntos e chegados
que ouvir-se podem com facilidade.
Revezam-se no sono, de maneira
que, enquanto um dorme, o outro em seu lugar
livre de mãos está… para actuar
a seu talante e sem qualquer barreira.
Neste jogo de forças, o prazer
leva sempre a pior perante a dor
que tudo tem, de resto, a seu favor.
Pondo em confronto o deve e o e haver,
são mais as horas que, no quarto ao lado,
dorme o prazer… de sono tão pesado!
João de Castro Nunes
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