segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

A cepa do sonho

Terminada a vindima fica a cepa,
promessa de vindoura produção,
por cujo interior a seiva trepa
para florir na próxima estação.

Do vinho não bebido fica um resto
que misturado ao da colheita nova
lhe dá, como aliás é manifesto,
mais doce paladar... quando se prova.

Faz-me isto vir à mente os sonhos nossos,
de cujos estilhaços e destroços
outros surgindo vão que os regeneram.

O mal é quando a cepa chega ao fim
e os sonhos em poeira degeneram,
deixando de haver rosas no jardim!

João de Castro Nunes

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