quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Aroma inesiano

Anda no ar, à volta de Alcobaça,
um certo cheiro a incenso que talvez,
no espírito de quem por ali passa,
se prenda com a própria Dona Inês.

Não provirá da arca tumular
em cuja tampa um par de anjos alados,
de cara um para o outro, a defumar,
agita os seus turíbulos sagrados?

É que em verdade essa fragrância estranha,
misto de incenso, mirra, cedro e nardo,
a que não falta o casto aroma a cardo,

não é senão o odor que em nós se entranha
quando estamos ao pé da sepultura
de Inês, a “bela e viva e loira e pura”.

João de Castro Nunes

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