Sonata azul
Ouvidos ler ou lidos no papel,
os meus poemas na realidade,
a par da cor, têm a tonalidade
dos olhos de David, rei de Israel.
Têm da turquesa a cor imaculada
peculiar da classe da nobreza,
a cor por excelência que se preza
de ser da natureza a mais cotada.
Tanto na forma como no sentido,
passando pelo seu vocabulário,
serviam para forro de sacrário.
São castos, meu amor, como os teus olhos
de um verde-azul, suave, enternecido,
capaz de em rosas transformar abrolhos!
João de Castro Nunes
O elaborado silêncio cantara céu.
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