sexta-feira, 31 de agosto de 2012


                                  Comunhão



                   Não estás morta, amor; pelo contrário,
                   estás mais viva do que nunca em mim
                   dentro do peito exactamente assim
                   como hóstia a sete chaves no sacrário.


                   Em estado de graça, manhã cedo,
                   sem ofender a Deus, ao levantar,
                   eu te comungo… fora do altar
                   e sem do nosso amor fazer segredo.


                   Estás na minha mente encastoada,
                   dentro de mim vivendo os dois a meias,
                   somente a carne estando separada.


                   De resto não me deixas um momento
                   sentindo-te ferver nas minhas veias
                   num latejar de vida em pensamento!


                              João de Castro Nunes 

1 comentário:

  1. Cláudia da Silva Tomazi3 de setembro de 2012 às 05:12

    E deveria ser assim a quem pertença,
    pois comunhão nem é ofensa e sim crença!
    Da ofensa a tristeza, na alta da certeza
    de quanto humano possa ter a fé, clareza.

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