“Tirem-me
tudo!”
(Ode nerudiana)
Tirem-me tudo quanto é bom na
vida,
a crença em Deus, o amor e a amizade,
o dom da Poesia sem medida,
mas não me roubem nunca a liberdade!
Deixem-me até ao cabo da existência
ao meu jeito pensar e me exprimir
sem ter de me vergar à prepotência
de quem pretende os povos oprimir!
Tirem-me a pele, se isso vos dá gosto,
arranquem-me das mãos as unhas todas,
façam meu corpo se esticar nas rodas!
A imagem desfigurem do meu rosto,
não me deixando, por favor, senão
a minha liberdade de expressão!
João de Castro Nunes
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