Soneto nº 2.220
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Obrigado, meu Deus, por permitir
que eu chegasse aos noventa com saúde
para numa segunda juventude
como poeta ainda me assumir!
Incólumes
mantenho as ilusões
de em tudo a poesia se encontrar
enquanto na alma humana houver lugar
para as correspondentes emoções.
Eu te agradeço ter-me conservado
a mente fresca e o coração virado
para o que é belo e nobre na existência.
Depois de um grande amor haver vivido,
sinto por vezes nunca ter saído
da juvenil idade... da inocência!
João de
Castro Nunes
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