Repelente
Em poesia…
a mediocridade
é só por si motivo para a gente
sentir eventual necessidade
de na farmácia obter um repelente.
Antes sofrer, além de hemorroidal,
picada de mosquito trombeteiro
que ler ou ter de ouvir em recital
uns versos de poeta corriqueiro.
De longe é preferível para mim
a poesia francamente má
ou, por outras palavras, muito ruim.
Mas poesia… muito caseirinha,
tem-te não caias, de nem cá nem lá,
é coisa que não gramo, mesmo minha!
João de Castro Nunes
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