sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

                                Overdose

                   Doente devo estar de poesia
que me afecta os sentidos grandemente,
um género de mal pouco corrente
e de quase impossível terapia.

Já passei meses numa enfermaria
a  cargo de pessoa competente,
de lá saindo ainda mais doente
a braços com feroz melancolia.

Meu mal foi ter-me sem medida ou peso
em doses excessivas encharcado
desse veneno de que me acho preso.

O dom da poesia… recebi
e de tal modo dele fui tocado
que em beco sem saída me meti!


       João de Castro Nunes

Sem comentários:

Enviar um comentário