terça-feira, 14 de janeiro de 2014

                         Acerto de contas

                   Não me ralhes, Senhor, porque pequei
                   quando tiveres de julgar meus actos
                   realizados contra os teus mandatos,
sem caso algum fazer da tua lei!

Poupa-me às tuas recriminações,
condena-me em silêncio, condoído,
não faças entre as nuvens alarido,
fazendo ribombar os teus trovões!

Em conta tem minha fraqueza humana
que não deixou de ser a minha cruz
com tua aquiescência… soberana.

Lembra-te só de eu muito te querer
e que acima de ti somente pus
aquela que me deste por mulher!

       João de Castro Nunes


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