Oculta chama
do fundo da minha alma, persistente,
que à simples
vista quase não se nota,
mas que um leitor atento averba e sente.
É nos meus versos que ele se projecta
em lenta labareda, cuja chama
até de olhos fechados se detecta
e por diversos meios se derrama.
Sob os efeitos de um amor sem par,
percorre os meus poemas a ferver
em lume brando para não queimar.
Em termos de pungente alegoria,
é chaga
interior que sem se ver
na raiz está… da minha poesia!
João
de Castro Nunes
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