domingo, 17 de fevereiro de 2013


                         Fumo de guerra

 

                   Houve de tudo um pouco nessa guerra

                   em prol de um quinto-império imaginário

                   que Fernando Pessoa pôs na berra

                   com seu nunca entendido poemário.

 

                   Houve heroísmos de caixão à cova,

                   nem sempre por sinal reconhecidos,

                   traições e deserções de cuja prova

                   não foram seus registos assumidos.

 

                   Se um dia se escrever a sua história

                   com documentação de confiança,

                   talvez venha ao decima muita escória.

 

                   Vivamos, entrementes, da lembrança

                   que cada combatente no seu peito

                   ainda guarda…sem qualquer proveito!

 

                            João de Castro Nunes

5 comentários:

  1. Aqui entre nós, poeta, que ninguém nos ouve, nunca entendi muito a poesia de Pessoa.

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  2. Aqui entre nós, que ninguém nos ouve, a poesia nem é para entender.
    O deslumbre da poesia do Pessoa é que até se entende.
    É mesmo só para entender. Para bom entendedor.

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  3. Ainda há-de haver quem me diga
    se o balado... quinto-império
    é para levar a sério
    ou não passa de cantiga!

    JCN

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  4. Aliás toda a "Mensagem"
    não foi mais que um tiro errado
    pois passou bastante ao lado
    do que ele tinha em miragem!

    JCN

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  5. Como havemos de entender
    o que Pessoa escreveu
    se nem sempre, a bem dizer,
    a si mesmo se entendeu?

    JCN

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