À laia de despedida
Pesa-me a pena de pato
de tanto verso escrever,
pondo à mostra sem recato
minha maneira de ser.
Tudo o que digo é verdade
sem ponta de fingimento,
tendo por fundo a saudade
que é o meu maior tormento.
Girou toda a minha vida
à volta de uma paixão
ainda agora mantida.
Vou minha pena arrumar,
uma vez que a inspiração
já me começa a faltar!
João de
Castro Nunes
Não! Não arrume a pena, poeta. Deixe acontecer algo.
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ResponderEliminarSeu conselho vou seguir
e atento me manter
para se algo acontecer
eu podê-lo referir
em forma de poesia
que tenha alguma valia!
JCN
ResponderEliminarEu lhe fico muito grato
pelo seu conselho amigo:
só que não sei se consigo
por mais tempo segurar
a minha pena de pato
que me começa a pesar!
JCN
Porque sempre conheço, poeta
ResponderEliminarAs grandes quedas de inspiração
Para soltar o coração
E dar asas à poesia
Não é preciso ser lisboeta
Nem que venha a parusia!
.
.
Pesa-lhe a pena de pato
Transporto-a eu às costas
Mesmo que fiquem às postas
Tudo faço sem medida
Para tirar o aparato
À palavra despedida!