sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013


               À laia de despedida

 

                   Pesa-me a pena de pato

                   de tanto verso escrever,

                   pondo à mostra sem recato

minha maneira de ser.

 

                   Tudo o que digo é verdade

                   sem ponta de fingimento,

                   tendo por fundo a saudade

                   que é o meu maior tormento.

 

                   Girou toda a minha vida

                   à volta de uma paixão

                   ainda agora mantida.

 

                   Vou minha pena arrumar,

                   uma vez que a inspiração

                   já me começa a faltar!

 

                    João de Castro Nunes

4 comentários:

  1. Não! Não arrume a pena, poeta. Deixe acontecer algo.

    ResponderEliminar

  2. Seu conselho vou seguir
    e atento me manter
    para se algo acontecer
    eu podê-lo referir
    em forma de poesia
    que tenha alguma valia!

    JCN

    ResponderEliminar

  3. Eu lhe fico muito grato
    pelo seu conselho amigo:
    só que não sei se consigo
    por mais tempo segurar
    a minha pena de pato
    que me começa a pesar!

    JCN

    ResponderEliminar
  4. Porque sempre conheço, poeta
    As grandes quedas de inspiração
    Para soltar o coração
    E dar asas à poesia
    Não é preciso ser lisboeta
    Nem que venha a parusia!
    .
    .

    Pesa-lhe a pena de pato
    Transporto-a eu às costas
    Mesmo que fiquem às postas
    Tudo faço sem medida
    Para tirar o aparato
    À palavra despedida!

    ResponderEliminar