Divina mercê
O maior bem, Senhor, que me fizeste
foi ter-me dado o dom da poesia
que me permite superar o dia
por mais duro que seja ou mais agreste.
Podias-me ter dado, em seu lugar,
poder, fortuna, génio, inteligência
acima do comum, por cuja ausência
fiquei no fim de contas a ganhar.
Não passa dia algum que não te dê
mil graças pela altíssima mercê
que fizeste o favor de me fazer,
muito embora, Senhor, fácil não seja
no bolo pôr a rúbida cereja
que ao poeta cabe ao mundo oferecer!
João de
Castro Nunes
Poeta João de Castro Nunes,
ResponderEliminarbelo soneto de quem sabe fazê-lo. E sabe também que é preciso viver a Vida com poesia, sentida e/ou escrita, apesar das pedras pontiagudas encontradas pelo caminho.
O mais vibrante aplauso e o abraço fraterno de Regina Coeli, Rio de Janeiro/RJ, Brasil.