terça-feira, 18 de dezembro de 2012


                         Divina mercê

 

                   O maior bem, Senhor, que me fizeste

                   foi ter-me dado o dom da poesia

que me permite superar o dia

por mais duro que seja ou mais agreste.

 

Podias-me ter dado, em seu lugar,

poder, fortuna, génio, inteligência

acima do comum, por cuja ausência

fiquei no fim de contas a ganhar.

 

Não passa dia algum que não te dê

mil graças pela altíssima mercê

que fizeste o favor de me fazer,

 

muito embora, Senhor, fácil não seja

no bolo pôr a rúbida cereja

que ao poeta cabe ao mundo oferecer!

 

         João de Castro Nunes

1 comentário:

  1. Poeta João de Castro Nunes,

    belo soneto de quem sabe fazê-lo. E sabe também que é preciso viver a Vida com poesia, sentida e/ou escrita, apesar das pedras pontiagudas encontradas pelo caminho.
    O mais vibrante aplauso e o abraço fraterno de Regina Coeli, Rio de Janeiro/RJ, Brasil.

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