Carvões ao
rubro
Quando em Coimbra, amor,
ainda estudantes,
os nossos corações se incendiaram,
em pleno outono, como dois amantes,
não mais em nós as brasas se apagaram.
Fizesse sol ou chuva, noite ou dia,
em nossas almas sempre havia fogo,
bastando um sopro, quando esmorecia,
para em fogueira transformar-se logo.
Não precisámos nunca de acendalhas
e muito menos ressequidas palhas
para em carvões ao rubro nos mantermos.
Se é lícito expressar-me nestes termos,
ouso dizer que os nossos corações
arderam sempre como dois tições!
João
de Castro Nunes
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