Sem sombra
de pecado
Minha mulher tinha um sorriso idêntico,
ao da Gioconda, estranhamente doce,
à flor dos lábios, límpido e autêntico,
independente da razão que fosse.
Paira no espaço ainda esse sorriso
porque foros ganhou de eternidade:
sempre que dele eu aliás preciso,
no fundo está da minha intimidade.
Sorrir assim sem sombra de pecado,
com tão discreta e afável compostura,
não é de toda a humana criatura.
Um termo não encontro adequado
para expressar esse hábito tão lindo
de, mesmo sem sorrir, estar sorrindo!
João de Castro Nunes
Sem comentários:
Enviar um comentário