quarta-feira, 11 de abril de 2012


                                 


                     Sem razão de queixa


                   


                   Sentado ao fim da tarde no jardim
a par da minha casa, mesmo em frente,
quantas recordações me vêm à mente
por entre o cheiro a nardo e alecrim!


Nem tudo foram móveis de pau-santo,
tapetes persas e jarrõs chineses;
também dormi no solo algumas vezes
e me desfiz em lágrimas e pranto.


Feito o balanço, devo confessar
que confrontando o deve e o haver
razão não tenho para me queixar.


É que, como eu, talvez nunca ninguém
tivesse tido em sua vida alguém
capaz de tanto amor… lhe devolver!


          João de Castro Nunes
                                                                                                                














1 comentário:

  1. Haveria entre tantas, de quanta calmaria
    pois ao raiar o dia, também sentamo-nos
    da razão, e por desconhecer da poção
    é que permanece tal mistério a oração!

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