Sem razão de queixa
Sentado ao fim da tarde no jardim
a par da minha casa, mesmo em frente,
quantas recordações me vêm à mente
por entre o cheiro a nardo e alecrim!
Nem tudo foram móveis de pau-santo,
tapetes persas e jarrõs chineses;
também dormi no solo algumas vezes
e me desfiz em lágrimas e pranto.
Feito o balanço, devo confessar
que confrontando o deve e o haver
razão não tenho para me queixar.
É que, como eu, talvez nunca ninguém
tivesse tido em sua vida alguém
capaz de tanto amor… lhe devolver!
João de Castro Nunes
Haveria entre tantas, de quanta calmaria
ResponderEliminarpois ao raiar o dia, também sentamo-nos
da razão, e por desconhecer da poção
é que permanece tal mistério a oração!