Até que o mundo acabe
Mesmo que já sem vida ou já sem forma,
mesmo que inertes, frias, insensíveis,
beijo-te as mãos que o meu amor transforma
em sacrossantas mãos imperecíveis.
Beijo-tas vivas dentro do meu peito,
acalentadas
junto ao coração,
passo a vida a beijá-las com respeito
e, mais do que respeito, devoção.
Em sonhos, acordado ou a dormir,
beijo-te as mãos imaginariamente,
pois elas já deixaram de existir.
Com todo o sentimento que em mim cabe,
hoje, logo, amanhã, constantemente,
as mãos te beijo até que o mundo acabe!
João
de Castro Nunes
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