Sem mácula
Senhor! eu passo as horas do meu dia,
quando não passo mesmo o dia inteiro,
a lapidar a minha poesia
como se acaso fosse um joalheiro.
Não é por nada, mas o que eu pretendo
é alcançar a forma natural,
corrente, sem retoque nem remendo,
para aos ouvidos teus não soar mal.
Não o faço, Senhor! por interesse,
mas por pudor, como se escrevesse
um poema de amor à minha esposa.
Não me sentia bem comigo mesmo
se te desse um cristal colhido a esmo
à conta de uma gema especiosa.
João de
Castro Nunes
Pois deveria parecer a prece, gananciosa?!
ResponderEliminarEis que com vossa lima, esqueces que sois viga,
aparastes as certezas da perfeição e conquistas!
Por transformar da liga, a pedra em preciosa.