Soneto nº 2.o5o
Amor…um só!
me acalentou a alma como fogo
que me queimou por dentro desde logo
mas sem me provocar qualquer ferida.
Para o dizer ao jeito de Camões
com a profundidade que lhe vinha
do génio desmedido que ele tinha
falta-me o dom das suas condições.
Valendo-me do meu imaginário,
mas sem dispor do seu vocabulário,
limito-me a dizer que me abrasei
naquele chama… que jamais tentei
fazer com que perdesse algum calor
ao longo de seis décadas de amor!
João de Castro Nunes
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