Vem-me
falar!
Pé ante pé, amor, devagarinho,
a fim de não fazer qualquer ruído,
no silêncio da noite, de mansinho,
chegas-te a mim, falando-me ao ouvido.
Dizes-me coisas que me deixam tonto
como nos velhos tempos de noivado,
intimidades que aliás não conto
seja a quem for, ainda que em privado.
São horas em que julgo estar no céu
junto de ti, amor, antegozando
uma outra vida a dois que está tardando.
Enquanto, como Deus nos prometeu,
esse momento não tiver lugar,
mesmo sem ver-te, amor, vem-me falar!
João de Castro Nunes
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