Traje a rigor
de borla e de capelo os meus poemas,
subindo o tom dos termos e dos temas
a fim de com os astros competir.
Além de musicados a preceito,
gosto de vê-los bem ataviados
com roupas de domingo e feriados,
tanto na forma como no conceito.
Quando me sai das mãos a poesia,
é para sem vergonha correr mundo
e tratamento ter de senhoria.
Eu não lhes passo por nenhum dislate
no modo de trajar, pois que no fundo
são fruto de académico alfaiate!
João de Castro Nunes
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