Tudo o
vento levou
Tudo o vento levou, beleza, altura,
alianças, desavenças, amizades,
juras de amor, ciúme, hostilidades,
tudo o tempo desfaz, nada perdura.
Apagam-se as estrelas no universo
inexoravelmente sem que a vida
volte a surgir, igual ou parecida,
em novo, casto e mais dourado berço.
Dê lá por onde der ou quando for
e sem se imaginar como será,
coisa nenhuma o vento poupará.
Só Deus vai durar sempre, ó meu amor,
só Ele e o nosso amor, nossa afeição,
no cerne do seu vasto coração!
João
de Castro Nunes
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