Regra de
ouro
Só com a idade, ao cabo da existência,
é que se chega, creio, a perceber,
em toda a sua lúcida evidência,
em que consiste a arte de viver.
Importa, antes do mais, reconhecer,
como se fruto fosse da ciência,
que é necessário procurar manter
até final o sol da adolescência.
Evite-se exprobrar a juventude,
por onde já passámos nós também,
pois ela deve ser como convém.
O mal mais grave da longevidade
é, face à natural decrepitude,
perder-se o ardor… da criatividade!
João
de Castro Nunes
Viver não é arte, é durar a fingir
ResponderEliminarQue alguma coisa tem importância…
Fazer de conta que relevância
É a palavra forte de existir.
Importa reconhecer que nada importa,
Nem o fruto da ciência, nem o saber,
Nem o amor que temos ou nos dizem ter
Nem a hora que passa sempre morta.
Longevidade é ver demasiado
Demasiado longe sem afinal ver…
Tudo o que se vê é cimo e lado.
A lucidez da evidência é perceber
Que a vida passa mesmo sem arte
Que a arte é só outra forma de morrer.
F. W.
Se de morrer a arte é outra forma,
ResponderEliminarnão se me dá morrer neste conceito,
dele fazendo impreterível norma
sem qualquer restrição levada a peito!
JCN